Existem vários processos de formação de palavras na Língua Portuguesa. Esses processos foram usados ao longo da história do idioma e podem ser usados atualmente para a criação de neologismos, quando se quer criar uma palavra para um conceito até então desconhecido.
Os principais processos de formação de palavras são os seguintes:
Derivação
Formação
de novas palavras a partir de apenas um radical.
Derivação Prefixal:
Acréscimo
de um prefixo à palavra primitiva; também chamado de prefixação. Por exemplo:
antepasto, em
que o prefixo ante- foi acrescido ao vocábulopasto, cujo significado pode ser qualquer tipo de alimento, comida; antepasto, portanto, significa antes da comida.
reescrever, em
que o prefixo re- foi acrescido ao vocábuloescrever. Não há hífen nesse vocábulo por o prefixo re- ser uma exceção: nunca haverá hífen diante dos prefixos co-,
re-, pro-(som fechado), pre- (som fechado),
trans-, an-, des-, in-.
inábil, em
que o prefixo in- foi acrescido ao vocábulo hábil.
coerdeiro, em
que o prefixo co- foi acrescido ao vocábuloherdeiro.
Derivação Sufixal:
Acréscimo
de um sufixo à palavra primitiva; também chamado de sufixação. Por exemplo:
felizmente, em
que o sufixo -mente foi acrescido ao vocábulofeliz.
igualdade, em
que o sufixo -dade foi acrescido ao vocábuloigual.
Derivação Prefixal e Sufixal:
Acréscimo
de um prefixo e de um sufixo, em tempos diferentes; também chamado de
prefixação e sufixação. Por exemplo:
infelizmente, em
que o prefixo in- e o sufixo -mente foram acrescidos, em tempos diferentes, ao vocábulo feliz.
desigualdade, em
que o prefixo des- e o sufixo -dade foram acrescidos, em tempos diferentes, ao vocábulo igual.
Serem
acrescidos em tempos diferentes significa que houve a formação prefixal antes
da sufixal, ou vice-versa. Por exemplo, antes se formou o adjetivo infeliz pela anteposição do prefixo in-ao adjetivo feliz; depois se formou o advérbio infelizmente pela posposição do sufixo -mente ao adjetivo infeliz, ou vice-versa.
Derivação Parassintética:
Acréscimo
de um prefixo e de um sufixo simultaneamente; também chamado de parassíntese. Por exemplo:
envernizar, em
que o prefixo en- e o sufixo -ar foram acrescidos ao vocábulo verniz.
enrijecer, em
que o prefixo en- e o sufixo -ecer foram acrescidos ao vocábulo rijo, que perdeu a vogal temática -o.
Observe
que, na derivação parassintética, não houve a derivação prefixal antes da
sufixal nem vice-versa; ambos os afixos foram colocados simultaneamente.
Derivação Regressiva:
É a
retirada da parte final da palavra primitiva, obtendo, por essa redução, a
palavra derivada. Por exemplo: do verbo debater, retira-se a desinência de infinitivo -r: formou-se o substantivodebate; do verbo castigar, retira-se a terminação verbal -ar e acrescenta-se a vogal temática -o: formou-se o substantivocastigo.
Derivação Imprópria:
É a
formação de uma nova palavra pela mudança de classe gramatical. Por exemplo: a
palavra gelo é um substantivo, mas pode
transformar-se em um adjetivo: camisa gelo.
Composição
Formação
de novas palavras a partir de dois ou mais radicais.
Composição por justaposição:
Na
união, os radicais não sofrem alteração alguma em sua estrutura. Por exemplo:
ao se unirem os radicais ponta e pé, obtém-se a palavra pontapé. O mesmo ocorre commandachuva, passatempo, guarda-pó,
paraquedas, paraquedista, paraquedismo, para-raios, madressilva,
cana-de-açúcar, etc.
Composição por aglutinação:
Na
união, pelo menos um dos radicais sofre alteração em sua estrutura. Por
exemplo: ao se unirem os radicais água e ardente, obtém-se a palavra aguardente, com o desaparecimento de uma. O mesmo acontece com embora (em boa hora) e planalto(plano alto).
Hibridismo:
É a
formação de novas palavras a partir da união de radicais de idiomas diferentes.
Por exemplo: automóvel, sociologia eburocracia em que se une um radical grego a outro latino.
Onomatopéia:
Consiste
em criar palavras, tentando imitar sons da natureza ou sons repetidos. Por
exemplo: zum-zum, cri-cri, tique-taque, pingue-pongue, blá-blá-blá.
Abreviação Vocabular:
Consiste
na eliminação de um segmento da palavra, a fim de se obter uma forma mais
curta. Por exemplo: de extraordinárioforma-se extra; de telefone, fone; de fotografia, foto; decinematografia, cinema ou cine, de um gigabyte, um giga. Os elementos formados passam a ser tratados como autônomos. Então,
na pluralização, obedece-se às regras da palavra primitiva: Dez gigas; duas
fotos.
Siglas:
As
siglas são formadas pela combinação das letras iniciais de uma sequência de
palavras que constitui um nome: Por exemplo:IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística); IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano).
As
siglas escrevem-se com todas as letras maiúsculas, a não ser que haja mais de
três letras e a sigla seja pronunciável sílaba por sílaba. Por exemplo: Unicamp, Petrobras.
Neologismo semântico:
Uma
palavra é formada por neologismo semântico quando se dá um novo significado,
somado ao que já existe. Por exemplo, a palavra legal significa, segundo os dicionários, dentro da lei; a esse significado soma-se outro: pessoa boa,
pessoa legal.
Empréstimo linguístico:
É o aportuguesamento de
palavras estrangeiras; se a grafia da palavra não se modificar, ela deverá ser
escrita entre aspas, o que, no Brasil, passou a ser letra morta, ou seja,
ninguém usa. Por exemplo: estresse, estande, futebol, bife, "show", xampu,
"shopping center", on-line.
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